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Resiliência e carreira andam lado a lado

Por
Rejane Giaccomini – Diretora
RTS Consultoria

02 de outubro de 2012

Em virtude da competitividade, mudanças econômicas, exigências organizacionais por resultados e pressão constante em fazer mais por menos, os profissionais necessitam desenvolver mais uma competência: a resiliência. Considera-se este o principal atributo para se enfrentar os desafios dos tempos modernos, o qual é observado em pessoas que sofrem pressões e adversidades e mesmo assim conseguem manter-se em equilíbrio emocional, não se permitindo “quebrar” diante dos problemas e desafios do dia a dia. Algumas características e habilidades que compõe um perfil resiliente são: autoconfiança, persistência, criatividade, flexibilidade e bom humor perante a vida. Percebe-se que muitas destas características são essenciais para a Gestão de Carreira.

No que tange ao desenvolvimento de carreira, muitas vezes, enfrentam-se situações críticas, mudanças que impossibilitam concretizar as metas no tempo planejado, e adversidades. Aí vem a pergunta: “qual o meu diferencial?”. As escolhas são inevitáveis, o desestímulo, busca de outra oportunidade, aproveitar o ensinamento para o amadurecimento e/ou enfrentar o problema de frente. Carlos Drumond de Andrade, escreveu sabiamente: “A dor é inevitável. O sofrimento, opcional”. Portanto, outro ingrediente importante é o autoconhecimento e percepção das atitudes, ações e comportamentos que impetramos na vida pessoal e profissional, em relação aos desafios que são apresentados, as pessoas, as escolhas e as decisões que são tomadas, pois tudo isto, faz com que construamos a percepção dos que nos rodeiam e que, nem sempre convergem com a nossa própria.

Muitos fatores fazem com que se tenha uma distorção do real, em virtude de que, atualmente, o profissional é pressionado por exigências da sociedade, dos parentes, dos amigos para ter “sucesso” e a pior cobrança é a do próprio envolvido no contexto. Nota-se que, muitas vezes, “sucesso” se traduz em posição e poder, contudo muitos profissionais que não possuem cargos executivos têm em determinados segmentos tanta importância quanto o principal executivo. Inclusive, alguns negócios de grande monta são fechados em função da capacidade do responsável técnico a eles atrelados.

As boas novas são que as qualidades resiliência podem ser apreendidas e que as competências essenciais para a gestão de carreira são similares as da resiliência. Segundo artigos apresentados, são elas: automotivação, bom humor, criatividade, liderança, capacidade de produzir conhecimento, relacionamento interpessoal e capacidade de sonhar como habilidades fundamentais para um profissional se sobressair no mercado.

A baixa resiliência tende a excluir muitos profissionais do mercado profissional, principalmente em função da ausência da flexibilidade, a ausência da prática da disciplina que é aprendido ao longo do tempo, e que construímos de acordo com nossa evolução e a baixa autoconfiança, que é fortalecida, quando resignifica-se um obstáculo e estimula uma crença de transformar de forma regenerativa em pontos positivos os quais irão contribuir para o crescimento e maturidade. Recomenda-se para tanto, que cada pessoa possa analisar sua própria condição em relação a estas competências, e buscar meios de desenvolver aquelas em que estiver aquém do esperado.

O iatista Lars Grael é um exemplo de uma pessoa resiliente. No auge da sua carreira, repleta de conquistas, teve sua perna decepada pela hélice de um barco, em um trágico acidente em 1999.

Anos depois, voltou a competir e ganhar medalhas. “O erro das pessoas, em geral é se voltar para trás”, disse Grael certa vez. “Se eu fosse comparar minha vida anterior com a que levo hoje, com certeza teria entrado em depressão. Mas não adianta olharmos para trás. Temos que lidar com o aqui e agora. Poderia ter sido pior, e tenho a obrigação de me sentir no lucro”. O exemplo acima estimula a reflexão de que as oposições nos fortalecem e não impedem a realização dos sonhos. E você, que posicionamento vai assumir?

Lutar sempre. Cair talvez. Desistir? Jamais!
(Karine Bighelini)

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